Necessidades da sociedade hoje e a relação com a moda
- klebiasouza
- 29 de dez. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de jan. de 2022
O ramo da moda sempre teve a habilidade de se adaptar a mais distintas situações, com a pandemia da covid-19 não foi diferente. O mercado mais uma vez se mostrou atualizado, ofertando o que as pessoas queriam no tempo certo, como também o que as pessoas nem pensavam que queriam, a utilização das estratégias de marketing foram essenciais para esta situação, principalmente com o uso de influenciadores digitais, fazendo com que o ramo ganhasse ainda mais destaque. Ou seja, o mercado não parou, só se reinventou. Dessa forma, nota-se como a moda está interligada com a sociedade, sendo um reflexo da mesma e dos indivíduos que dela fazem parte.
Em vista disso, cabe ressaltar que com o cenário pandêmico houve um aumento significativo na produção e no consumo das peças de vestuário, como também de outros setores, o que impacta diretamente no ambiente no qual vivemos, pois para acompanhar cada nova tendência e novidade, os produtos estão aliados a ciclos de vida curta, não durando por muito tempo por conta que já foi criado para ser substituído por um outro o mais rápido possível, e por consequência disso o consumidor que acredita que precisa de uma justificativa de compra encontra uma que no seu ver faz sentido continuar consumindo este tipo de mercado, comprando assim o que vai para o lixo rapidamente, porque o que está consumindo sai mais em conta e ele sempre “estará na moda”. No entanto, apesar das peças se desgastarem muito rápido nas mãos do consumidor, o mesmo não ocorre com a sua degradação no ambiente, ocorrendo assim o aumento do lixo em meio a uma crise ecológica.
Lixão clandestino de roupas no Chile/ Martin Bernetti no Instagram
Conforme estatísticas, cerca de 175 mil toneladas de resíduos têxteis são produzidos pela indústria têxtil no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil (ABIT). Já no Atacama, 40 mil toneladas de roupas se acumulam, peças essas que chegam de todo o mundo, com roupas que até nem foram usadas, mas que logo já foram descartadas, porque o tempo delas já passou, agora têm outras tendências, que daqui a pouco já não serão tão tendência assim e irão parar no lixo da mesma forma. Tais dados comprovam os efeitos negativos da moda rápida.
Contudo, é claro que a indústria da moda é um dos setores que mais poluem o meio ambiente, mas é importante mostrar que também há produtores do ramo que estão focados em desacelerar os processos da moda em si. Mas em contrapartida o relatório Pulse of fashion industry (2019) da Boston Consulting Group e da Global Fashion Agenda (2019) indicou uma desaceleração nos esforços ecológicos das empresas do setor. Visto que, a moda acompanha a sociedade e as pessoas que dela fazem parte, isso comprova que a poluição no meio ambiente não é um problema tão eminente assim para os indivíduos. Já que a consciência e preocupação dos consumidores sobre a responsabilidade ambiental iriam se refletir em hábitos de consumo condizentes. Assim, a indústria da moda acompanha o desejo do povo, e se o desejo deles é consumir, ela oferta novas peças.
Ademais, ressalto que há formas alternativas para consumir peças de vestuário, tendo assim, produtores até mesmo locais que visam uma produção de roupas mais duradouras e de qualidade, que podem ser vestidas durante anos ou até doadas, pois estarão em bom estado para a utilização. Portanto, o consumo de peças de fast fashion não é a única indústria da moda acessível na qual você pode ficar na moda.
Logo a moda é além de roupas, tendências, é uma indústria que tem vários problemas em torno dela, e você pode achar até achar que é um problema distante, no entanto, está muito próximo de você, pois é um problema que afeta a todos. Vivemos em uma sociedade e apesar de parecemos distantes um dos outros, toda ação individual está interligada com outras ações semelhantes. Então, será que consumir mais é o que realmente necessitamos hoje?
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